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Artistas
Thiago Martins de Melo (1981, São Luís, Maranhão) é artista visual e mestre em Psicologia. Seu trabalho se desenvolve por meio da pintura, da escultura, da instalação, da animação em stop motion e da gravura. Sua linguagem visual conjuga diferentes meios em composições visualmente densas e com ênfase na materialidade da pintura. Valendo-se da prática pictórica como ponto de partida, suas telas ou objetos — normalmente de grandes dimensões — narram batalhas, rituais sincréticos e epifanias metafísicas, aproximando-se do gênero da pintura histórica e da colagem. Ao transitar entre técnicas expressionistas e realistas, seus trabalhos incorporam volume, objetos de combate, produtos de circulação em massa e imagens em movimento. O artista compõe, desse modo, um esquema meta-narrativo nos quais são retratados episódios de lutas anticoloniais com referências à indústria cultural e à história da arte. O brutalismo dos seus gestos condensa técnicas e visualidades distintas, tornando opaca a percepção imediata das figuras e cenas míticas em prol de uma experiência sensorial marcada por uma forte carga enérgica. Entre as principais exposições individuais, estão: Resistência, curadoria de Gunnar B. Kvaran, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, Brasil (2023); Necrobrasiliana, curadoria de Denise Mattar, Museu Nacional da República, Brasília, Brasil (2019); Bárbara balaclava, curadoria de Moacir dos Anjos, Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brasil (2016). Participou de inúmeras exposições coletivas no Brasil e no exterior, destacando: Remedios: Where new land might grow, C3A Centro de Creación Contemporánea de Andalucía, Córdoba, Espanha (2023); Atos de Revolta: outros imaginários sobre independência, MAM Rio - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil (2022); 3ª Frestas - Trienal de Artes, O rio é uma serpente, SESC Sorocaba, São Paulo, Brasil (2021); Queermuseu - Cartografias da diferença na América Latina, Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil (2017); Panoramas do Sul, 20° Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, São Paulo, Brasil (2017); 12ª Biennale de Dakar, The City in the Blue Daylight, Dakar, Senegal (2016); New Shamans: Contemporary Brazilian Arts from the Rubell Family Collection, Rubell Museum, Miami, EUA (2016); Soft Power: Arte Brasil, Kunsthal KAdE, Amersfoort, Holanda (2016); Histórias da Infância, MASP – Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil (2016); 10ª Bienal do Mercosul, Mensagem de Uma Nova América, Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil (2015); Imagine Brazil, DHC/ART Foundation for Contemporary Art, Montreal, Canadá e Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil (2015); The Poetry In Between: South-South, Goodman Gallery, Cidade do Cabo, África do Sul (2015); 31ª Bienal de São Paulo, Como (...) coisas que não existem, Pavilhão da Bienal, São Paulo, Brasil (2014); Imagine Brazil, Musée D'art Contemporain de Lyon, Lyon, França (2014); 12e Biennale de Lyon, Entre-temps... Brusquement, et ensuite, Musée D'Art Contemporain, Lyon, França (2013); Imagine Brazil, Astrup Fearnley Museet, Oslo, Noruega (2013); entre outras. Seus trabalhos integram as seguintes coleções permanentes: ARoS Aarhus Kunstmuseum, Aarhus, Dinamarca; Astrup Fearnley Museum of Modern Art, Oslo, Noruega; Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brasil; IAGO – Instituto de Artes Gráficas de Oaxaca, Oaxaca, México; ICA Miami – Institute of Contemporary Art, Miami, EUA; Ilmin Museum of Art, Seul, Coréia do Sul; MAM Rio – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; MAR – Museu de Arte do Rio. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; MASP – Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil; PAMM – Pérez Art Museum Miami, Miami, EUA; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; Rubell Museum, Miami, EUA; TBA21 – Thyssen-Bornemisza Art Contemporary, Viena, Áustria; entre outras.
Zimar (1959, Matinha, Maranhão), como assina e é conhecido Eusimar Meireles Gomes, é brincante de Cazumbá do Bumba meu boi (ou Boi-Bumbá), de modo que incorpora a personagem através das caretas, “máscaras” criadas para paramentar as figuras que portam um amplo vestido com bordados e ornamentos coloridos, e que trazem um badalo na mão — geralmente um sino de boi. Ao acompanhar os Bumbas meu boi de sua cidade, o artista confecciona as caretas — também chamadas de queixos —, que transformam os brincantes em seres mágicos de expressão indizível, combinando, de modo afiado, humor e assombro. Sua prática se inicia na observação da ergonomia de algumas máscaras e seu desconforto no rosto dos brincantes, depois de o artista ter se machucado com um queixo. Do manejo exímio de materiais diversos encontrados em diferentes lugares — sobretudo PVC, pó de serra, ossos, pedaços descartados de capacetes, motocicletas e bicicletas —, Zimar produz caretas distintas mas que guardam uma linguagem única entre si. “É de noite, sonhando, que eu vejo as caretas, e também nas paredes; vejo nas manchas e marcas do tempo, que se parecem com os bichos. O mofo revela imagens de rostos monstruosos”, em suas palavras. Em 2022, Zimar realizou uma exposição individual dedicada às suas caretas no Centro Cultural Vale Maranhão, em São Luís. A mostra intitulada ZIMAR é composta com 65 obras de diferentes períodos e materiais distintos — um conjunto que revela a singularidade e a capacidade elástica de sua prática, bem como sua profunda dedicação à brincadeira do Bumba meu boi. Também participou da exposição coletiva Arqueia mas não quebra, primeira edição do programa Contra-Flecha, na Almeida & Dale Galeria, em São Paulo.
Gê Viana (1986, Santa Luzia, Maranhão) trabalha no trânsito entre o quintal de casa e as ruas. Sua prática parte de pesquisas com imagens de arquivos e a memória oral de sua família, pensando num modo de criar com a história de seu povo Anapuru e a história brasileira para formular outras narrativas. Nesse sentido, o cotidiano Afro-diaspórico e indígena do território maranhense está no núcleo de suas criações, assim como o confronto direto com a cultura colonizadora e seus sistemas de arte e comunicação. Ao combinar a colagem e a fotomontagem digital e manual com a pintura, suas obras contribuem para imaginários que apontam para possibilidades mais felizes e dignas, em contraposição a uma leitura histórica hegemônica e a um programa colonial que põe a felicidade de certos grupos sempre em risco. A artista foi vencedora do Prêmio PIPA em 2020, e residente, entre 2018 e 2019, da Bolsa Pampulha. Realizou, em 2022, a exposição individual Atos de revolta: imaginando outra história, no Palacete Princesa Isabel, em Santa Cruz, Rio de Janeiro, no contexto da exposição Atos de revolta: outros imaginários sobre independência, mostra coletiva do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; e Retirar o sol das cabeças, uma reza das imagens, na Galeria Superfície, em São Paulo; e em 2017, Paridade, na Galeria de Arte do Sesc, em São Luís. Participou de diversas exposições coletivas, como Atos de revolta: outros imaginários sobre independência, MAM-Rio, Rio de Janeiro (2022), Necrobrasiliana, Galeria Vicente do Rêgo Monteiro, Fundação Joaquim Nabuco, Recife, (2022); Histórias brasileiras. MASP, São Paulo,(2022), Necrobrasiliana. Museu Paranaense [MUPA], Curitiba (2022). Vários 22, Galeria Arte123, São Paulo (2021); Prêmio PIPA 2020, Paço Imperial, Rio de Janeiro (2021); Brasilidade Pós-Modernismo. Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (2021); Frestas Trienal de Arte — O Rio é uma serpente, Sesc Sorocaba, Sorocaba (2021); PhotoIreland Festival, Rathfarnham Castle, Dublin, Irlanda (2020); No calor da hora - Projeto M.A.P.A, Viva Projects, Av. Pedro Teixeira 2213, Manaus (2020); 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão. MAM-SP, São Paulo (2019). Raiz, memória e humanidade, Sesc Santana, São Paulo (2019); O Tempo de Nossas Vidas, Casa da Cultura da América Latina - UnB, Brasília (2018); Valongo Festival Internacional de Fotografia, Santos (2017).
Silvana Mendes (1991, São Luís, Maranhão) desenvolve sua prática a partir de pesquisas ligadas às questões raciais, ao território, às políticas de afirmação e à desconstrução de visualidades negativas impostas aos corpos negros. Na busca por ressignificar simbologias e narrativas visuais, toma como suporte a colagem, a pintura, a videoarte e a fotografia. Na série Afetocolagens: reconstruindo narrativas visuais de pessoas negras na fotografia colonial, imagens digitais recriam figuras de pessoas negras que (res)existiram aos processos de colonização no Brasil na segunda metade do século 19. Com o objetivo de trazer provocações que envolvem as complexidades do atravessamento de múltiplos afetos, as afetocolagens transportam corpos tidos como objetos para um lugar de conforto, segurança e prosperidade. Em contraponto às opressões cotidianas e a constante reprodução de um sistema estrutural de sofrimento imputado a corpos negros, este trabalho se preocupa em desfazer os preceitos da fotografia, ligados aos estereótipos do racismo científico, apontando para uma outra semiótica possível para existências pretas. Entre outras exposições coletivas, participou de Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os Brasileiros, 2021 (Instituto Moreira Salles – IMS, São Paulo); RAIO A RAIO, 2022 (Solar dos Abacaxis/Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM Rio); Um defeito de Cor, 2022 (Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro); Vozes Contra o Racismo, 2020 (Secretaria de Cultura de São Paulo); e III Bienal do Sertão de Artes Visuais, 2017 (Vitória da Conquista).
Marcone Moreira (1982, Pio XII, Maranhão). iniciou suas experimentações artísticas no final da década de 1990, e desde então sua obra tem se expandido numa pesquisa profunda sobre as relações entre materialidade e fenômenos socioculturais, abrangendo diversas linguagens, como desenhos, pinturas, esculturas, vídeos, objetos, fotografias e instalações. Seu trabalho conecta-se com a memória de materiais gastos (restos de embarcações, carrocerias de caminhões e ferramentas de trabalho), imbuídos da experiência da vida material, e impregnados de significados culturalmente construídos. A partir do encontro desses elementos, o artista lida com as questões espirituais e formais que evocam, dando-lhes um novo rumo que reverencia sua condição original ao passo que experimenta novas formas de existência no mundo. Nas últimas décadas, participou de diversas mostras coletivas, em instituições no Brasil e no exterior, como Vaivém, 2020 (Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte) e Extrañar: verbo transitivo direto, 2022 (Galeria Periscópio, Belo Horizonte). Foi contemplado com o Prêmio Marcantonio Vilaça, 2010 (FUNARTE, Brasília) e indicado ao Prêmio Pipa nos anso de 2012, 2013, 2014, 2016 e 2018. Entre suas exposições individuais, destacam-se Marcone Moreira: Conjunção, 2020 (Gomide&Co, Sáo Paulo), Marcone Moreira, 2016 (Paço das Artes, Rio de Janeiro), Territórios Líquidos, 2015 (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo) Vestígios, 2006 (Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte).
Márcio Vasconcelos (1957, São Luís, Maranhão) é fotógrafo e artista visual. Seu trabalho orienta-se pelo aprofundamento e ampliação das possibilidades da fotografia a partir de intensas pesquisas contextuais e antropológicas, envolvendo sobretudo manifestações religiosas e populares, e o cotidiano sociocultural de certos lugares. É autor dos livros Arte nas Mãos: Mestres Artesãos Maranhenses (Sebrae, 2007), Nagon Abioton - um estudo fotográfico e histórico sobre a Casa de Nagô (Programa Petrobrás Cultural, 2009), Zeladores de Voduns do Benin ao Maranhão (Editora Pitomba, 2016, 1º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras da Fundação Cultural Palmares - Petrobras), Na Trilha do Cangaço: o sertão que Lampião pisou (Vento Leste Editora, 2016 – XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia), e Visões de um Poema Sujo (Vento Leste Editora, 2016 - XIV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia). Participou de diversas exposições em galerias e instituições do Brasil, e suas obras estão em acervos de importantes museus brasileiros, como Museu Afro Brasil (São Paulo), Museu do Pontal (Rio de Janeiro), Museu de Arte de São Paulo – MASP (São Paulo), e Museu de Arte do Rio – MAR (Rio de Janeiro).
Fátima Campos (1950, União, Piauí) reside e trabalha entre as cidades de Teresina e Formosa, no Piauí, onde mantém seu ateliê. Iniciou sua trajetória na década de 1970 com a técnica de escultura em cerâmica, resgatando saberes ancestrais, e mais também por meio da pintura e do desenho. Seu trabalho abstrato e lúdico não possui uma forma definida, mas suas influências partem das figuras rupestres da região da Serra da Capivara e do legado dos povos originários. Os temas de suas obras variam, mas é comum encontrarmos estudos das formas orgânicas e da condição feminina, e a profunda reverência à cultura piauiense. Recebeu o prêmio de aquisição do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e participou de várias exposições, no Brasil e no exterior, com destaque para o 40º Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco, 1987 (Recife) e a 3ª e 4ª edições da Bienal do Recôncavo, em 1995 e 1998 (Cachoeira).
Dinho Araújo (1985, Pinheiro, Maranhão) é mestre em Antropologia pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Sua obra lida com aparições no espaço, numa ampla pesquisa sobre raça e história. Em seu trabalho com máscaras, performances e fotografia expandida, o artista invoca presenças para criar situações e propor encontros. As caretas de couro e de pano — referência direta às brincadeiras do Bumba meu Boi maranhense — traçam uma encruzilhada. A partir da geometria das máscaras e dos avivamentos do vermelho e do preto surgem suas evocações históricas e implicações contemporâneas. Nos rituais que encenam as "matanças" de Bumba meu Boi, a presença de mascarados relaciona-se com movimentos de ataque e rebeldia, de insurgência histórica. Trata-se de um conflito que culmina na fuga para a mata como se processos de resistência, entre o mocambo e o quilombo, fossem trazidos para a roda — tempo espiral da brincadeira. Em suas toadas, imagens e danças, o Bumba meu Boi elabora uma representação a partir de tensões raciais e disputas por poder no contexto de uma fazenda. A dramaturgia dessa anti-história sublinha o fato de que as relações de escravidão não estão no passado, mas são processos vividos no presente. A gira firma os fatos que não podem ser esquecidos. A careta sugere mistério e fuga. Nos diversos espaços em que a festa encena movimentos ancestrais de corpos que vão para rua, a careta fala de um lugar de passagem que se aproxima da ideia de encantaria e marronagem, de uma camuflagem como exercício de plena rebeldia. Em 2022, apresentou a série História dos Animais e Árvores na Galeria do Largo (Manaus), na exposição PREAMAR (Lima Galeria, São Luís), e como parte da instalação Conjurando, proposta por Denise Ferreira da Silva e Arjuna Neuman no contexto da 11ª Mostra 3M de Arte (Parque do Ibirapuera, São Paulo). Seu trabalho está exposto no Museu do Pontal (Rio de Janeiro), e foi indicado ao Prêmio Pipa de Arte Contemporânea em 2021. Na área da curadoria, entre outros projetos, realizou, com Ricardo Resende, a exposição Alcântara, Quilombo, Tapuitapera, 2019 (Sesc Confluências/Casa do Mordomo, Alcântara); foi curador da exposição Caminho de Muriá para brocar a terra, 2021, de Gê Viana (Museu Histórico e Artístico do Maranhão – MHAM, São Luís), da revista Insight Photo, 2014 - contemplada pelo XII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, e da 10ª e 11ª Aldeia Sesc Guajajara de Arte (Sesc Maranhão, São Luís), 2015/2016. É integrante do espaço independente Chão (São Luís) e do Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem – NUPPI.
Tassila Custodes (1999, São Luís, Maranhão) também é conhecida pelo nome ioruba Emi Ajé Dudu, que significa "o sopro do espírito preto", relacionando-se , portanto, com a ideia de andança, de uma força que se transmuta pelas ruas. Por meio da pintura, do lambe e de colagens digitais, a artista conecta expressões estéticas com ancestralidade e território. A partir das conexões com tradições de matrizes africanas, e com seus ancestrais ligados ao Terecô do Maranhão — também conhecido como Tambor da mata, religião afro-brasileira da região de Codó —, suas criações lidam com arquétipos e processos espirituais presentes nos terreiros. Na busca pela expansão da consciência, a artista traça o seu caminho sob orientação de seus invisíveis, dando movimento ao que mais lhe fortalece: existir pela arte. Em suas palavras: “retrato a natureza do atravessamento do invisível (...) o magnetismo das artes presentes nas paredes dos terreiros, o pertencimento cultural e os complexos e poderosos instrumentos míticos e místicos da cultura ludovicense (...) A criação dos trabalhos me expande — sou uma cobra encantada, filha da que serpenteia aqui nestas terras. Cresço e troco de pele a cada obra”. Participou das exposições coletivas Um Defeito de Cor, 2022 (Museu de Arte do Rio de Janeiro - MAR, Rio de Janeiro); PREAMAR, 2022 (Chão, Lima Galeria, Casa do Sereio, São Luís); Afrofuturismo: Las Caras Lindas de mi gente Negra, 2022 (Centro Cívico Cultural Domenicano, Nova York), X Mostra de Performance da Escola de Belas Artes da UFBA, 2021 (evento virtual) e do Festival M.U.R.A.L, 2019 (Museu Murillo La Greca, Recife).
Luiz Fernando Dantas (1964, Teresina, Piauí) iniciou sua trajetória artística na fotografia, desenvolvendo um amplo e reconhecido trabalho que opera no limite entre a força de paisagens naturais e disparadores subjetivos, criando um campo de interação potente entre objeto e observador, que extrapola o momento decisivo da captura da imagem, percorrendo possibilidades poéticas ligadas ao fluxo das sensações. Recentemente, seu trabalho tem se expandido da fotografia para a tridimensionalidade, ao combinar a técnica do crochet com outros materiais. Nesses trabalhos mais recentes, Dantas dá nova forma à sua ampla pesquisa a respeito dos mistérios visuais e formais de elementos orgânicos, sobretudo o tronco das árvores. Suas obras investigam outros modos de estar e se relacionar com o mundo que nos compõe e nos cerca, deslocando o olhar de sua programação habitual. Participou das exposições coletivas Anima.Animus, 2023 (12° Festival de Fotografia, Tiradentes) e Salão de Arte de Vinhedo, 2015 (Vinhedo). Apresentou seus trabalhos nas exposições individuais Botânico, 2016 (Galeria Terrasse, Teresina); Intimidades, 2017 (Galeria Sobrado, Teresina) e Ísola, 2021 (Lima Galeria, São Luis).
Vicente Martins (1975, Fortaleza, Ceará) é filósofo por formação e fotógrafo por devoção. Seu trabalho investiga e traduz poeticamente os efeitos da desigualdade social e da dilatação temporal no Centro Histórico de São Luís do Maranhão. O artista registra a decadência e a degradação econômico-social da região do centro da cidade, onde historicamente se concentrava o poder econômico da cidade. Seus registros focam no cotidiano das pessoas que ali vivem e as imagens trazem a carga emocional, os contornos, cores e texturas comuns a certos espaços. As imagens revelam prostíbulos, bares, calçadas e quartos, com personagens que exibem seus corpos e hábitos, em uma área estigmatizada pelo preconceito. Vicente enxerga a poesia em paredes desgastadas pelo tempo, mas ainda saturadas de cor, criando monocromos contrastantes. No seu universo os limites entre o privado e o público se confundem de forma contínua: a rua, espaço coletivo por natureza, torna-se sala de estar, tomada por cenas de âmbito doméstico e íntimo. Do mesmo modo, interiores abrem-se para o olhar do outro, revelando intimidades antes confinadas ao espaço pessoal. Participou da exposição coletiva Fronteiriças, 2016 (Galeria Trapiche Santo Angelo, São Luís), De Passagem, 2017, (Centro Cultural Vale Maranhão, São Luís), Imagina(r) Existências, 2018 (Chão SLZ, em São Luís) e realizou as exposições individuais Todo Contorno é Margem, 2020 (Lima Galeria, São Luís) e Tombamento (Galeria de Arte do Sesc, São Luís).